Quem não tem medo do isolamento que
atire a primeira pedra. Numa sociedade contemporânea a opinião pública tem o
poder em suas mãos, onde controla e manipula as decisões dos indivíduos. A
espiral do silêncio é uma teoria que explica essa realidade.
Desenvolvida pela politóloga alemã Elisabeth
Noelle-Neumann, a teoria tem como idéia central a possibilidade de que os
indivíduos sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso exprimam
publicamente opiniões contrarias daquelas que o grupo julgue como opiniões
dominantes. Isso significa dizer que em uma opinião individual diferente da
maioria ou do pensamento coletivo pode influenciar um isolamento social do
individuo. Nesse caso, as pessoas praticamente são obrigadas a mudar a sua
forma de pensar ou são silenciadas, temendo a rejeição das pessoas e o seu afastamento
do convívio social.
Hoje é tendência acompanhar a
opinião das pessoas. E se a opinião pessoal do sujeito coincide com a da
maioria é melhor ainda, pois ele ganha força e se sente no direto de participar
e expor publicamente os seus pontos de vista. Diferente dos que tem idéias
contrarias, que são silenciados.
Na família, no trabalho, na escola e
nos grupos de amigos é comum essa teoria acontecer, só que de uma forma menos
inofensiva. Por outro lado, os meios de comunicação vieram de forma indireta
representar essa opinião pública, pois além de nos dizer o que pensar, eles também
nos mostram o que é que todos os outros indivíduos estão pensando. Dessa forma,
os meios acabam criando uma verdade, e faz a sociedade acreditar nessa verdade.
Já os que são contra a essa suposta verdade permanecem calados por medo da
rejeição.
O excesso de exposição de
determinados temas na mídia, a forma semelhante como as noticias são produzidas
e veiculadas, e a presença da mídia em todos os lugares são os três mecanismos
descritos por Noelle-Neuman que influencia a mídia sobre o público.
A televisão pode ser considerada uma
arma concentrada nas mãos de poderosos. Um exemplo que confirma essa afirmação
foi à campanha eleitoral de Fernando Collor de Mello à presidência da
República, em 1989, um candidato até então desconhecido da maioria dos
brasileiros e que ascendeu rapidamente à presidência da República através de uma
boa estratégia de comunicação e marketing eleitoral.
A TV Globo teve um importante papel
nessa eleição, pois manipulou o debate entre Lula X Collor, para detonar Lula e
favorecer Collor. Já que no telejornal da hora do almoço, haviam feito uma
edição equilibrada. E mais tarde, no Jornal Nacional, houve instruções para
mudar tudo e detonaram Lula. Escolheram os piores momentos de Lula e os
melhores de Collor. Ainda publicaram pesquisas por telefone dizendo que Collor
havia vencido. Dessa forma, a população acabou sendo convencida e induzida a
votar em quem iria ganhar, no caso, Collor de Mello.
O perigo está dentro de nossas
casas. Não se cale e nem tenha medo dos meios de comunicação, use a informação
a seu favor. Construa e defenda a sua opinião.
Gilvane de Sousa
3° Semestre - Comunicação Social/Jornalismo